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7 Passos para ser o consumidor que a Amazônia precisa

[AVISO: este post é um pouco diferente]

Hoje é o Dia da Amazônia, escrevi o post sem lembrar dessa ironia.

Não somos perfeitos. Não sabemos tudo. A verdade é que as semanas de fogo na Amazônia nos trouxeram poderosas reflexões, que além de serem comentadas pelo mundo todo, estão nos fazendo refletir sobre nossos hábitos há alguns dias. Antes, também tivemos o dia da sobrecarga da Terra em 29/julho: um recorde incomemorável e forte indício de que estamos errando muito.



Já inicio este post dizendo que esta é a minha visão como Consultora de Estilo, como Designer de Moda e como pessoa que se importa com os impactos e busca, na medida do possível e praticável, fazer a minha parte. Porém, assim como você, estou aprendendo e tenho muuuito a melhorar.

Acredito que você saiba a importância da preservação do meio ambiente para a vida no planeta e, talvez, ainda não tenha refletido o suficiente sobre o que está a seu alcance para preservá-lo. Pois vim para dizer que é possível contribuir para preservação de nossos recursos naturais através do seu consumo de moda! Siiim!

Pense aqui comigo: quanto você gasta por ano com vestuário?

E se você (e suas amigas) começassem a destinar esse valor para marcas responsáveis, sustentáveis, de upcycling, locais, com produções transparentes?

Se você separa o lixo, adota um animal, cita Setembro Amarelo você sabe o poder que as pequenas atitudes tem. Pequenas mudanças, quando feitas por milhares de pessoas geram grandes resultados. Então vamos combinar o seguinte: é indispensável cobrar autoridades e poderosos, mas é necessário um esforcinho pessoal coerente com a cobrança, certo?

Reuni algumas dicas para você que está se perguntando como podemos ajudar o meio ambiente, gerando menos destruição e conscientizando as pessoas ao seu redor:


  1. Apoiando marcas que produzem de forma sustentável. Hoje existem diversas marcas que produzem o chamado upcycling [peças feitas a partir de partes de outras peças, que muitas vezes em outro caso seriam descartadas] ou que reaproveitam materiais excedentes das indústrias da região, como essa marca linda da Lu Raimundo. Produzir sustentável também significa apostar naquilo que gera menos impacto ao meio ambiente - como tingimento natural e uso de materiais biodegradáveis;

  2. Comprando mais em brechós. Está comprovado que o consumo de second hand em breve (oi, 2028) ultrapassará o de fast fashion. Mesmo que você não curta a estética de "tendências passadas", encontrará peças atuais facilmente em brechós como o Lavô ta Novo e Madame Garimpo com peças incríveis e por vezes mais interessantes que as coleções novas das mesmas marcas, vai por mim! Afinal, a roupa mais sustentável é sempre a que já existe (amo essa frase, desconheço a autoria);

  3. Praticando um consumo mais consciente. Entender sobre si mesma é o primeiro passo para consumir de forma consciente. De quantas peças você realmente precisa para viver? E quando pergunto isso, não sugiro viver de armário cápsula (é ótimo, mas não funciona pra todo mundo) sugiro olhar além. A maioria das minhas clientes possuíam um armário cheio de peças que não as representavam, nada versáteis e não traduziam a imagem que elas desejavam. Passaram anos comprando mais e mais peças... todo mês, na busca de resolver esse desencontro com as peças. Na contramão desse consumo-sem-sentido vem a minha Consultoria de Estilo. Ela é 80% do caminho andado para gastar menos com roupa e sim reaprender a usar e a comprar. A solução do problema está em entender o que funciona para você, quem não consegue descobrir esse caminho sozinha procura a consultoria. Os resultados são incríveis, principalmente na mudança de mindset! Amo :)

  4. Reduzindo o consumo de jeans e couro. A produção do jeans é altamente poluente e o couro não fica atrás. A quantidade de produtos químicos, agrotóxicos e água utilizados na criação e "beneficiamento" destes materiais é absurda (se quiserem, posso postar só sobre isso qualquer dia). E quem enriquece com o couro que você usa? Os maiores interessados em queimar a amazônia: pecuaristas e líderes do agronegócio (e políticos, que bem sabemos) que também são os mesmos que enriquecem com o consumo de outros produtos de origem animal (sabe quantos litros de água para produzir um kg de carne? apenas o dobro de uma calça jeans, mais de 10 mil litros). Mas existem boas iniciativas por aí, como o (fi-nal-men-te) couro vegetal de abacaxi (produzido pela Piñatex), utilizado pela Kasulo em suas alpargatas (lindíssimas, a propósito). As peças também são feitas em juta (fibra natural) e moletons que vem do descarte da indústria têxtil e a sola das sandálias é produzida com pneu reciclado. Também existem marcas que apostam em renovar o jeans já comprado pelo cliente gerando até 3 ciclos antes de enviá-los à reciclagem, como a 3jns. Sério, adorei a iniciativa!

  5. Substituindo produtos com ingredientes animais por VEGETAIS. Em outras palavras: tirando a crueldade e nomes esquisitos das embalagens que compramos, consumindo produtos naturais. Primeiro é importante entender que consumimos animais por uma questão cultural, não por necessidade. Isso se dá não só em roupas, mas cosméticos, alimentos etc. Mesmo que seja difícil fazer essa substituição da noite para o dia, sempre podemos dar um passo por vez. Como sabemos, o maior destruidor do meio ambiente é o agronegócio, que além de ser o maior emissor de gases de efeito estufa, desmata para plantar / planta para alimentar bicho / alimenta bicho pra matar e produzir milhões de produtos com cada célula dos animais. Como isso ajudaria? Cada vez mais estamos provando que não precisamos explorar os animais para viver, então se não há demanda, não há produção. Priorize aquilo que leva selos veganos e, de preferência, que você entenda o que são os ingredientes. Cuidado: cruelty free não é vegano.

  6. Exigindo transparência. Marca que produz de forma transparente é aquela que não terceiriza a produção, mas que garante cumprir todas as suas responsabilidades socioambientais - como condições dignas de trabalho e descarte correto de resíduos. E isso se torna mais fácil de alcançar quando você consome do produtor local, fazendo inclusive a economia girar em sua cidade e possivelmente voltar para você, ao invés de entregar para grandes marcas que estão pouco se importando com o planeta. Mas como aprendemos com o Fashion Revolution, o poder está conosco e nós devemos exigir transparência das empresas que consumimos;

  7. E por último e não menos importante: sendo voz ativa em petições, protestos e principalmente no seu dia-a-dia. Influencie de verdade às pessoas ao seu redor, se possível compartilhe este post com seus amigos e familiares. Informação é poder, viu?!

Existem também outras formas mais "gerais" de sustentabilidade, mas eu quis listar algumas opções dentro da minha área de formação e do conteúdo que entrego pra vocês.

Já que continuaremos a consumir moda porque adoramos, que sejam produtos que nos orgulhamos de mostrar, né? Invista seu dinheiro nos negócios que você conhece, acredita e quer ver prosperar. O meio ambiente agradece :)


Espero que este conteúdo tenha sido inspirador e útil para você.

Para receber mais dicas de marcas bacanas e conteúdo de Imagem Pessoal é só me seguir lá no @kellydutrastylist.

Beijão!

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